As principais diferenças entre português e inglês

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Você já se perguntou quais são as principais diferenças entre o português e o inglês?

Antes de mais nada, é preciso pensarmos porque esses dois idiomas são tão diferentes. Nós já falamos desse assunto em um outro artigo. Clique aqui para saber mais.

De forma geral, a pronúncia do português tem menos variações e exceções do que o inglês. Já a gramática do inglês é bem mais simples, e é isso a torna uma língua mais fácil em termos gerais. Então vamos ver as principais diferenças que podem dificultar a aprendizagem.

Vocabulário

O inglês tem origem germânica e o português vem do Latim. Dessa forma, inglês e alemão têm muito mais palavras semelhantes, assim como o vocabulário do português se parece mais com do espanhol e italiano, por exemplo. Além disso, o inglês como conhecemos hoje surgiu da contribuição de diversos idiomas e povos diferentes, o que faz com que esse idioma tenha palavras muito diferentes do nosso.

E, mesmo o inglês tendo sofrido influência do Latim em certo ponto da história, isso não foi suficiente para torná-lo mais parecido. As palavras latinas usadas pelos falantes de inglês acabam sendo mais formais, ou tipicamente utilizadas na escrita e em áreas específicas, como na medicina ou no direito.

Além disso, muitos alunos iniciantes têm a expectativa de que cada palavra em inglês terá apenas um significado. Porém, assim como a palavra ‘manga’ pode ser usada para a fruta e a parte da roupa, em inglês esse fenômeno também acontece. Essa frustração tende a desaparecer ao longo do tempo, à medida que as pessoas passam a entender o funcionamento de um idioma de origem tão diferente.

Ortografia

O alfabeto dos dois idiomas é quase igual, mas o inglês usa muito mais letras como o K, W e Y em palavras comuns. No entanto, em inglês não existe o C cedilha (Ç), por exemplo. Além disso, depois da reforma ortográfica do nosso idioma ficou muito mais difícil saber quando usar o hífen (-), usado em algumas palavras em inglês, como os números maiores de 20 (twenty-one, fourty-seven).

Outro aspecto que diferencia as duas línguas é que não existe acento em inglês (com exceção de palavras de origem francesa como café). Isso facilita a escrita, mas atrapalha um pouco a pronúncia, uma vez que acentos ajudam a mostrar a sílaba tônica (a mais forte). Porém, existe em inglês um sinal gráfico chamado de apóstrofo (‘), que em português aparece em poucas palavras como d’água. Ele não é um acento, mas é muito usado principalmente para formar as famosas contractions (contrações).

As contrações são junções ou reduções de palavras que tornam a fala mais dinâmica e rápida. Elas não mudam o significado das expressões e são usadas na linguagem informal. Um dos exemplos mais comuns é transformar o I am (eu sou ou eu estou) em I’m – que tem o mesmo significado, mas é pronunciado de forma diferente.

Pronúncia

As principais diferenças entre português e inglês img 1

Um dos principais fatores que torna a pronúncia da língua inglesa difícil para muitos alunos é a grande diferença entre o que se escreve e o que se lê. Olhando para a palavra enough que significa suficiente, é difícil saber que a pronúncia dela é ‘inãf’. Em português, com poucas exceções, basicamente o que está escrito é o que se lê.

Além disso, formamos as sílabas em português com uma consonante e uma vogal. Esse fenômeno não acontece em inglês e isso causa bastante estranhamento. Vejamos o exemplo da palavra school (escola), que contém três consoantes juntas no início. Um estudante brasileiro de inglês iniciante, acostumado a usar vogais em todas as sílabas, automaticamente colocaria um i antes do s, modificando a pronúncia para ‘ISchool’.

Observa-se essa mesma questão com palavras que terminam com uma consoante. Em inglês, basicamente qualquer consoante pode encerrar uma palavra. Já em português, as palavras terminam em vogais ou em algumas consoantes apenas. Dessa forma, um brasileiro tende a pronunciar a palavra head como ‘headi’, colocando uma vogal onde não há.

Por fim, é importante mencionar que alguns sons existem na língua inglesa, mas não no português. O exemplo mais famoso são os sons produzido pelo TH das palavras thanks e this. Não existe nenhuma palavra na nossa língua materna que naturalmente use esse som. Somente com muita prática e treino os aprendizes conseguem pronunciar.

Ordem das palavras

Há poucas diferenças entre a estrutura das frases dos dois idiomas. Pela regra geral há o sujeito (quem faz a ação), um verbo (a ação realizada) e o complemento (como, quando, onde, porque, etc). Isso facilita aprendizagem, pois é algo natural para nós brasileiros. Se pensarmos no Japonês, por exemplo, a ordem da frase não é a mesma: o verbo vem no final. Imagine a confusão?

Porém, existe um detalhe no inglês que se diferencia bastante: a ordem dos adjetivos, palavras usadas para dar características às pessoas e coisas. Em português dizemos carro azul, pois o substantivo (o nome) vem antes do adjetivo (característica). Em inglês, essa ordem é contrária, ou seja, diríamos blue car (azul carro), já que o adjetivo vem antes do substantivo nessa língua.

Aliás, outra classe de palavras que tem a ordem diferente em inglês são os pronomes adjetivos his e her, palavras que significam dele e dela. Enquanto nós dizemos a casa dela, em inglês temos que dizer her house (dela casa). Outra coisa: os advérbios (palavras que modificam os verbos), como always (sempre) tem uma posição mais fixa na frase a depender da expressão ou do seu tipo. Em português essa posição é mais flexível.

Por fim, um outro quesito que se diferencia em inglês é a ordem das perguntas, que não são apenas marcadas pela entonação e pontuação diferente. Em português usamos a mesma ordem de afirmativas e negativas (sujeito + verbo + complemento) e acrescentamos o ponto de interrogação ao final. Já em inglês, sujeito e verbo trocam de lugar, sendo que a nova ordem fica verbo + sujeito + complemento. Embora na prática um falante seja compreendido caso se esqueça dessa mudança, essa é a regra desse idioma, o que causa bastante confusão e dificuldade dos alunos.

Gênero e número

Na língua portuguesa, os adjetivos (características) têm que concordar com os substantivos (nomes) tanto em gênero quanto em número. Sendo assim, temos masculino e feminino, singular e plural para os dois grupos de palavras. Já em inglês, a grande maioria dos substantivos não tem distinção de gênero! Um exemplo é o substantivo teacher, que serve para o professor ou a professora.

Além disso, embora os substantivos variam em número, em inglês não existem adjetivos (características) no plural como no nosso idioma. Assim como o plural de casa é casas, em inglês usamos house e houseS. Porém, ao descrever a casa, em português temos que dizer casa bonita, casas bonitas. Só que nunca vamos colocar plural em um adjetivo. Dessa forma, diremos beautiful house e beautiful houseS, o que significa que não existe a palavra ‘beautifulS’.

Verbos

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De forma bem geral, a principal diferença aqui é que em inglês não existe a conjugação de verbos, ao menos não como em português. Assim, esse quesito se torna bem mais fácil, já que as variações são bem menores. Vamos pensar no verbo estudar no presente do indicativo. Para cada pessoa usamos uma forma: eu estudo, tu estudas, ele/ela estuda, nós estudamos, vocês estudam, eles/elas estudam. São seis formas diferentes só para usar esse verbo no presente – isso pois nem falamos de passado e futuro!

Por mais que não pareça, no inglês é mais simples sim. O verbo que tem mais variações é o verbo to be, que significa ser ou estar. No presente ele tem três formas diferentes (am, is e are) e no passado duas (was e were), que variam de acordo com o sujeito. Outros verbos no presente, como love (amar) são praticamente os mesmos, com exceção da 3a pessoa do singular: I love, You love, He/She/It loveS, We love, They love. Além disso, no passado, a grande maioria dos verbos recebem apenas a terminação -ed, o que transforma work em workED. Vai dizer que assim não é bem mais fácil?

Entretanto, o que causa bastante confusão quando falamos dos verbos na língua inglesa é o fato de que existem os temidos auxiliary verbs (verbos auxiliares). Esses verbos existem para ajudar a formar frases negativas e perguntas, o que não existe em português. Por exemplo, na frase Eu não gosto de pizza, não podemos simplesmente dizer ‘I not like pizza’, mas sim I DON’T like pizza. Já a pergunta Você gosta de pizza? o certo é dizer DO you like pizza? e não ‘You like pizza?’. Aqui complica um pouco, não é mesmo?

Present Perfect

Não vamos entrar em muitos detalhes, pois já falamos desse assunto nesse artigo aqui. Mas um tempo verbal do inglês que não existe em português é o Present Perfect. De forma bem simples e resumida, esse tempo verbal utilizado pra falar sobre algo que aconteceu no passado, quando não queremos dar importância pra quando esse fato se passou e, sim, para o acontecimento em si. Em alguns casos, ele também é usado pra falar de algo que começou lá no passado, mas que continua acontecendo até hoje.

Ele é formado pelo verbo have mais um segundo verbo chamado past participle, ou particípio passado (como done, gone, been, taken, etc.). Esses verbos até existem em português – são aqueles que terminam em –ado ou –ido, como falado, cantado, partido, comido – mas quando usados com o present perfect eles não são traduzidos dessa forma, o que confunde ainda mais a nossa mente. ​Aprender essa fórmula e decorar os verbos é importante, mas não é suficiente pra dominar essa estrutura e usá-la na conversação. A solução é sempre se expor e se conectar com a língua falada e ter contato com a maneira que os falantes do idioma aplicam toda essa teoria na prática. ​

Expressões Idiomáticas

Ao aprendermos idiomas, é natural tentarmos traduzir tudo o que temos na nossa língua materna para a nova língua. Muitas vezes isso não funciona, em especial se pensarmos nas idiomatic expressions (expressões idiomáticas), já que a sua tradução na maioria das vezes não é literal. Também conhecidas como idioms, essas expressões variam muito de acordo com o idioma, muitas vezes refletindo cultura e costumes exclusivos do local de origem.

Pagando o pato

Quando alguém vai ‘pagar o pato’, nem sempre significa que está comprando a ave, mas sim que vai levar a culpa por algo. Uma possível teoria para o surgimento da expressão veio a partir de uma antiga brincadeira praticada em Portugal. Um pato era amarrado em uma árvore e um participante, a cavalo, deveria cortar as cordas que prendiam o animal com apenas um único golpe de machado. Caso não conseguisse, o participante deveria pagar o pato e oferecê-lo ao vencedor.

Muitas das vezes (mas não sempre), existirá uma expressão equivalente, de acordo com a história e cultura de onde são faladas aquelas línguas. Por essa razão, ‘pagar o pato’ em inglês não vai ser pay the duck. Em inglês dizemos carry the can, que se traduzido ao pé da letra, será algo como ‘carregar as latas’. Acredita-se que ela pode ter se originado no exército, onde o soldado mais novo ou inexperiente tinha de ir buscar as latas de cerveja de seus companheiros e depois devolvê-las.

Embora ainda existam outras diferenças entre português e inglês, agora você já conhece as principais. Mas, se você quiser se aprofundar no assunto e aproveitar para praticar seu inglês, clique aqui.

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