Essa é a pergunta de 1 milhão de reais: quanto tempo leva pra aprender inglês?

Nós já sabemos que aprender uma língua exige muito esforço e dedicação. Falamos sobre isso no nosso artigo: aprender inglês é difícil mesmo? Mas quanto tempo leva pra aprender de verdade? Quantas horas eu preciso estudar por dia para ficar fluente? Em quanto tempo eu vou conseguir falar e entender tudo?

Se você busca uma solução rápida pra esse problema, sentimos muito em te desapontar! Porque não existe uma resposta única para essa pergunta. De forma muito resumida, depende muito! Dos seus objetivos, da sua motivação, da quantidade de exposição e oportunidades de aprendizagem que você tem. Ou seja, há muitos fatores a se considerar antes de definir um número de horas ou anos. E é sobre isso que falaremos nesse artigo. 

Especialistas respondem: quanto tempo leva pra aprender inglês?

A Universidade de Cambridge realiza diversas pesquisas sobre o Ensino de Língua Inglesa. Eles são sempre questionados sobre quanto tempo os alunos precisam para progredir no idioma. Então, eles reuniram as principais nesse artigo que você pode ler na íntegra aqui.

Ben Knight é Diretor de Pesquisa de ELT (English Language Teaching – ensino de língua inglesa) da Universidade de Cambridge. Ele propôs discutir e compreender o que influencia na quantidade de horas necessárias para aprender inglês. Assim, instituições de ensino, professores e alunos podem alinhar expectativas e traçar metas para uma aprendizagem efetiva.

Primeiro Ben discute o que significa de fato ‘aprender inglês’. Para ele, essa definição não é simples e não há um consenso. Isso porque é impossível estabelecer um padrão, já que somos indivíduos únicos, com objetivos distintos e perfis de aprendizagem diferentes.

Por esse motivo, ele afirma que cada aluno vai aprender as quatro habilidades da língua inglesa (leitura, escrita, fala e compreensão auditiva) em diferentes ritmos. Além disso, ele reforça que outras competências são essenciais para a comunicação. Alguns exemplos são: gramática, vocabulário, pronúncia, nível de formalidade e coesão. Então, os alunos podem atingir diferentes níveis de competência em cada uma dessas dimensões em momentos diversos do processo de aprendizagem.

Como são definidos os níveis de proficiência?

Há vários padrões que definem os níveis de proficiência linguística. Um dos mais conhecidos no mundo todo é o Quadro Europeu Comum de Referência (CEFR). De maneira resumida, o CEFR descreve o quão bem alguém fala e entende uma língua estrangeira. Ele se divide em três categorias, com duas subdivisões cada:

A – Básico: A1 – iniciante / A2: básico

B – Independente: B1 – intermediário / B2 – usuário independente

C – Proficiente: C1 – proficiência operativa eficaz / C2 – domínio pleno

Leia mais: Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR)

No entanto, existem diversas outras referências como o CEFR. Aliás, é com base nesses padrões que criam-se provas para atestar o conhecimento dos falantes de línguas estrangeiras. Mas cada uma delas define seus próprios níveis e o tempo necessário para avançar para a próxima fase. Por isso, há grande dificuldade de se chegar a um número exato de horas para se tornar fluente.

Qual é o seu objetivo de aprendizagem?

Para Ben Knight, um grande desafio da aprendizagem de inglês é definir objetivos claros. Porque existe uma grande diferença entre aprender inglês para ler ou escrever artigos científicos, para viajar, se comunicar socialmente ou para situações de trabalho.

Cada um desses usos da língua exigem diferentes níveis de habilidade de áreas diversas. Por isso é tão importante que o indivíduo estabeleça seus objetivos de um ponto de vista funcional. Ou seja, o que ele deseja fazer, o que quer ser capaz de realizar ao aprender o idioma. Assim, é possível determinar o que é linguisticamente necessário para atingir essas metas.

Quanto tempo leva pra aprender inglês: fatores de impacto

Mas definir o objetivo de aprendizagem não é o único fator que vai determinar o tempo que se leva para aprender inglês. Ben Knight discute que há muitas outras variáveis e as divide em dois grupos: o ambiente de aprendizagem e o aluno.

O ambiente de aprendizagem

Contexto

Dependendo de onde o aluno aprende, o tempo investido será maior ou menor. Com certeza, se o aluno estudar em um curso de idiomas em uma escola no Brasil o tempo gasto será um. No entanto, caso participe de um programa intensivo em um país de língua inglesa, será outro. Assim, as principais diferenças entre esses dois contextos são: a quantidade de exposição à língua e as horas de dedicação aos estudos que o indivíduo vai ter.

Metodologia e intensidade de estudo

Diferentes métodos de ensino também vão impactar no tempo de aprendizagem. Porque abordagens mais tradicionais priorizam a precisão do uso de estruturas e regras, o que pode ser fundamental para quem tem que escrever textos formais. Já métodos comunicativos ensinam competências aplicáveis na fala, perfeito para quem precisa se comunicar em uma viagem de férias ou no trabalho.

A metodologia escolhida deve estar ligada aos objetivos de cada aluno. Mas infelizmente não é o que se observa na maioria dos casos. Muitos desejam falar como nativos, um objetivo inalcançável. Outros focam apenas nos aspectos gramaticais, deixando a comunicação em segundo plano. Além disso, estudar 2 horas por semana, sem dedicação fora da sala de aula através da lição de casa ou de contato com o idioma por outros meios é pouco efetivo para a aprendizagem. Quanto menos contato se tem, mais tempo se leva para aprender.

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Dinâmica de grupo e acesso a recursos de aprendizagem

A dinâmica de grupo durante o processo de aprendizagem tem papel fundamental no desenvolvimento do aluno. Condutas positivas ou negativas melhoram ou impedem as oportunidades de aprendizagem de línguas. Por isso, de acordo com o perfil de aprendizagem do aluno, aulas em uma turma funcionam melhor, e em outros casos aulas individuais têm melhor aproveitamento.

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Além disso, ter acesso a recursos de qualidade motiva o aluno e isso também impacta na aprendizagem. Como avanço da tecnologia e a internet chegando cada vez mais longe, isso tem se favorecido. No entanto, não basta apenas acessar sites e ferramentas. É preciso também saber avaliar a qualidade e usar esses recursos a favor do aluno. E tudo isso tem um impacto significativo na taxa de aprendizagem.

O aluno

Idade e gênero

Sabemos que todo mundo é capaz de aprender inglês. No entanto, cada pessoa aprende de uma forma e num ritmo diferente. E fatores como a idade e o gênero impactam no tempo para aprender uma língua. Porque há diferenças quanto a aptidão linguística, estilos e estratégias de aprendizagem, motivação e personalidade.

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Crenças e fatores emocionais

As crenças do aluno sobre a aprendizagem de línguas, conscientes ou não, afetam o processo de aprendizagem. Isso influencia positiva ou negativamente as estratégias de aprendizagem que eles escolhem usar. Aliás, elas impactam na disposição e dedicação do aluno, sua motivação para estudar e a velocidade da aquisição da língua.

Além disso, o efeito da ansiedade e de emoções na aprendizagem de línguas estão sendo cada vez mais estudados. Há muitas pesquisas sobre os efeitos da psicologia positiva na aquisição de segunda língua. e o que temos observado, ao longo desses quase 30 anos de ensino, é que quanto mais acolhidas e seguras os alunos estão, mais eles aprendem.

Influência do português

A língua portuguesa tem origem no Latim. O mesmo acontece com o espanhol, italiano e o francês, por exemplo. Assim, teoricamente é mais ‘fácil’ e mais rápido aprender esses idiomas. Porque há mais similaridades e características em comum. Esse não é o caso do inglês, que tem origem anglo-saxônica.

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Quanto maiores as diferenças entre a primeira língua do aprendiz e a língua-alvo a ser aprendida, mais difícil será a tarefa de aprendizagem e será preciso mais tempo. Essas diferenças podem variar na escrita, pronúncia, gramática, vocabulário, etc. Além disso, há pesquisas que indicam maior impacto dessa distância linguística nos níveis elementares do que nos níveis avançados.

Então, quanto tempo leva para aprender inglês?

Depois de tantas considerações sobre o que significa “aprender um idioma” e dos muitos fatores que afetam a taxa de aprendizado, será possível concluir quanto tempo leva para aprender um idioma?

Ben Knight defende que há formas diferentes de contabilizar o tempo gasto no aprendizado. Escolas se concentram no número de horas de aula, pois é isso que afeta seu planejamento de recursos. No entanto, uma parte fundamental da aprendizagem é o tempo gasto pelo aluno estudando sozinho. Esse autoestudo pode ser guiado por instruções do pelo professor, ou qualquer contato adicional feito por motivação do aluno. A conclusão é que quanto mais empenho, mais rapidamente se progride.

Ritmo de aprendizagem em níveis diferentes

De acordo com o artigo da Universidade de Cambridge, a taxa de aprendizagem varia entre os níveis linguísticos. Nos estágios iniciantes, um desenvolvimento linguístico pequeno causa um efeito grandioso na habilidade de comunicação. Ou seja, aprender 100 palavras novas no nível A1 tem mais impacto na capacidade de comunicação do aluno do que no nível C1. Isso explica o porquê de alunos intermediários sentirem que não estão mais progredindo como no início.

Já nos níveis mais altos, os alunos já têm iniciativa no desenvolvimento de suas habilidades linguísticas. Eles conseguem se adaptar a diferentes situações sem ajuda. Aliás, eles sentem-se mais confiantes em se comunicar com outras pessoas em inglês, o que gera mais oportunidades de prática, contato e exposição.

Portanto, para sair de um nível básico, uma pessoa precisa de menos horas de estudo se compararmos com outros estágios. Enquanto isso, embora os níveis intermediários e avançados exijam mais horas, a necessidade de esse estudo ser formal é menor. Porque o aluno consegue progredir mais através da exposição à língua e do autoestudo.

Definindo um número de horas

Os editores de livros didáticos de inglês descrevem quantas horas um curso leva para ser concluído baseando-se no número de horas em sala de aula mais o autoestudo guiado. No entanto, como eles também incluem material complementar opcional, o número de horas de um curso pode ser bastante flexível.

Em seu artigo, Ben Knight escolheu três exemplos para definir o número de horas necessárias para se aprender inglês. Porém, é importante ressaltar que esses exemplos não necessariamente representam os contextos mais comuns. Além disso, estamos falando de pesquisas feitas em um país diferente do nosso. Portanto, o autor quis apenas ilustrar como as diferenças contextuais podem afetar as taxas de aprendizagem. Por questões de relevância, vamos abordar apenas o primeiro exemplo.

As informações foram colocadas em tabelas. Destacamos as duas colunas principais:

1: número de horas necessárias para concluir o nível a partir do nível anterior;

2: número cumulativo de horas para completar o nível desde o iniciante;

Para alunos adultos motivados e que tem acesso a bons recursos de aprendizagem, além de professores bem treinados e estudam em um contexto de aprendizagem positivo, essa é a quantidade de horas necessárias para se concluir cada nível do CEFR e avançar:

Conclusão

Não existe uma resposta única para a pergunta inicial desse artigo. No entanto, podemos identificar e observar parâmetros fundamentais para chegar a uma resposta que seja significativa em situações específicas. Se os aspectos do ambiente de aprendizagem e do aluno puderem ser avaliados, bem como a definição do nível e do tipo de habilidade que precisa ser adquirida, torna-se possível fazer uma estimativa razoável.

Por isso, se você precisa aprender inglês e já se cansou de pular de escola em escola, fez aula particular e ainda não fala, conheça os cursos da Iowa. Aqui, nós adaptamos a nossa metodologia ao seu perfil de aprendizagem, objetivos e necessidades. Além disso, temos um ambiente acolhedor que propicia que você aprenda de verdade. Agende uma aula experimental gratuita e descubra como a gente se adapta ao que você precisa!